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"o segredo é teres sempre uma carta na manga"

#2 DomingodeConsultório: Como encontrar o psicólogo ideal?

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    Sejam bem-vindos, mais uma vez, ao Domingo de Consultório, o nosso Consultório está aberto! Hoje tivemos duas pessoas que se sentaram ao nosso divã, e quero agradecer desde já a vossa participação. Vamos conhecer as suas questões!

 

    Sara Beauty diz ser "muito chorona", referindo que em situações de avaliações da escola, "quando era altura de receber o feedback dos professores, sempre que eles apontavam algo de errado que eu tinha feito, lá vinham as lágrimas." Acrescenta que "Como sempre fui mais para o gordinha e sofri bullying no ensino básico todo por isso, penso que a estratégia que eu arranjei era ser "perfeita" nos estudos e portar-me exemplarmente. Algum conselho para eu controlar melhor estas situações?"

 

     Querida Sara, percebo o que sentes, porque sou muito semelhante a ti: sou péssima a receber críticas, e é algo que quero trabalhar. Por isso, vou-te dar o conselho que eu estou a aplicar neste momento: trabalhar na minha auto-estima. Ao melhorar a forma como nos vemos a nós, as críticas dos outros (seja de bullies, de professores..) vão deixar de ter um peso tão grande. Não é fácil aumentar a auto-estima de um momento para o outro, é um treino que se faz, todos os dias. Neste caso, aconselhava-te a: identificar o que te poderá estar a causar uma eventual baixa auto-estima neste momento (familiares, amigos, colegas de trabalho, o emprego...) e o que se pode fazer; rodear-te de pessoas positivas; ser mais assertiva; enumerar as tuas qualidades e evitar comparações com os outros; e evitar criticarmo-nos a nós e aos outros, de forma excessiva. Ao aceitarmo-nos tal como somos, tanto as nossas características físicas e psicológicas que gostamos mais, como as que gostamos menos, ficamos menos afetados pelas opiniões negativas dos outros, e logo, choras menos. É pensar que nós somos muito mais do que tudo isto, e as difuldades que nos apareçam apenas nos tornaram pessoas mais fortes 

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    Já o P.P. diz: "Tenho uma dúvida a respeito da atuação do psicólogo clínico em casos de transtorno de ansiedade e depressivo. O que leva alguns profissionais a, durante meses, todas as semanas, escutarem o doente, sem tirar qualquer nota ou colocar questões? O psicólogo não deve apresentar "estratégias de superação"? Ex.: o doente tem dificuldade em interagir com os pares, em contexto profissional, mas também onde vive, isolando-se. O mecanismo de ação do psicólogo deve ser o descrito? Como procurar o psicólogo ideal?"

 

    Caro P.P., percebo a tua dúvida. Existem vários tipos de profissionais de psicologia, cada um com a sua vertente clínica, e por isso às vezes torna-se difícil encontrar o psicólogo ideal para nós. Os mais frequentes costumam ser os psicólogos dinâmicos ou os psicanalistas, que são psicólogos mais focados em explorar o passado da pessoa e deixar a pessoa falar (não costumam tomar notas e intervir, porque eles acreditam que a terapia faz-se assim). Por outro lado, temos os psicólogos cognitivo-comportamentais, que são mais focados no aqui-e-agora. São mais intervenientes nas consultas, e dão técnicas para lidar com o presente.

    Não existe propriamente uma abordagem melhor ou pior, existem é vários tipos de intervenção psicológica. Pelo que me estás a dizer deves estar perante uma vertente mais parecida com a primeira que descrevi e, neste caso, não está a ser a mais indicada para ti. O meu conselho é, antes que tudo, seres sincero com o teu psicólogo, e dizeres que mais do que desabafar, pretendes técnicas para lidar com o que estás a sentir. Se ele se recusar a dá-las, e no futuro, se vês que com a tua terapia atual não está a avançar da maneira que pretendes, procura por um psicólogo especializado na área cognitivo-comportamental. Podes ver na internet, ou em consultórios perto da tua localidade. Boa sorte, e espero ter ajudado!

  E por hoje é só! O que estão a achar desta rubrica? Têm alguma questão para o próximo Domingo de Consultório? 

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