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umacartaforadobaralho

"o segredo é teres sempre uma carta na manga"

Porque gosto tanto de ter um blog

    Há dias estava a pensar, depois de ler os meus posts do blog e de ver os comentários que tenho tido... e reparei no quão sortuda me sinto por ter este cantinho na sapo, só para mim. Ao criar este blog eu nunca faria ideia da importância que ele me teria no futuro.

    Eu vejo-o não só como um espaço para partilhar as minhas opiniões e histórias de vida, mas também como um lugar de entreajuda e apoio entre os bloggers. E é tão bom ver isso. Ao ler os vossos comentários e pontos de vista, apercebo-me cada vez mais que somos todos como uma grande família de 'sapinhos', prontos para entrar em ação para ajudar uns aos outros. 

    E quero-vos agradecer, por isso mesmo, todo o apoio que tenho tido nos últimos posts. Um obrigada não chega para demonstrar a minha gratidão. A sapo tornou-se uma comunidade onde nos-é possível, pouco a pouco, conhecer uns aos outros, e entrar um bocadinho nos seus mundos. É como uma telenovela da vida real, mas com muito menos chatices do que um big brother.

    Eu vou no meu dia, e depois lembro-me "Tenho que espreitar para ver o que a fulana tal tem postado no blog! Como é que será que ela vai?", e depois penso "Ai, e não me posso esquecer de ir ler os destaques da sapo, que ainda não vi hoje!"... E assim passo o meu dia, a ler carradas de posts, a seguir novos blogs... Apesar de nem sempre comentar, eu sou como aquela mosquinha malandra que está sempre por lá a dar uma espreitadela... 

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É muito triste.

    Eu evito ao máximo falar sobre coisas que me magoam no meu blog. Prefiro deixar este cantinho para algo que vos deixe mais positivos, e felizes, já que há tanta desgraça no mundo que nos deprime... Mas não pude deixar de fazer um último post sobre pedrógão, com uma notícia que me deixou muito, muito triste.

    Como sabem, tinha uma casa perto de Pedrógão Grande que ardeu, e eu a minha família íamos todas as férias para lá, chegando a fazer grandes amizades com os nossos vizinhos. Ontem soube que 2 familiares de um amigo meu faleceram, mais concretamente a sua avó, e irmã de 3 anos... E agora mesmo, fiquei a saber que um amigo nosso que estava desaparecido desde o incêndio foi encontrado morto hoje. Ele tinha 19 anos.

    E estas coisas deixam-me muito triste. Porque penso no quão novo ele era, de todas as coisas que ele ainda tinha para viver pela frente, de todas as vezes que nós tínhamos saído juntos. E lembro-me da última vez que estive com ele... e que nunca pensei que seria a última.

    Por outro lado, penso no meu amigo que perdeu duas das pessoas que ele mais ama na vida, e na dor que ele deve estar a sentir neste momento, que se deve assemelhar à pior coisa vivida por alguém: num dia, perder uma irmã e uma avó.

    A única coisa que posso fazer agora é rezar por ele, e por toda a gente que perdeu os seus entes queridos. Oferecer o meu apoio, e ajuda financeira. E pensar, como já dizia antes, na sortuda que sou, e no quanto devo valorizar o meu tempo e a minha vida, e ajudar sempre quem mais precisa.

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Como é a vida de casado?

    No meu trabalho, como sabem, dou acompanhamento psicológico a vários utentes, desde crianças a idosos. As temáticas que cada um vem abordar comigo são sempre diferentes, apropriadas para cada caso: seja a motivação para a escola, aprender a lidar com o stress do emprego, problemas matrimoniais... E hoje queria-vos falar do caso de um senhor que tive o prazer de seguir, durante algum tempo, que me ensinou imenso a mim, e eu espero ter ensinado imenso a ele também.

    O principal motivo que o trouxe à consulta foi a sua dificuldade em encarar o envelhecimento na vida do casal, porque já estava casado com a mulher há 50 anos, e provavelmente por isso tinham agora maior dificuldade em 'aguentar' os defeitos (e feitios) de cada um. "50 anos é imenso tempo....".  pensava eu, "Qual é o vosso segredo?" perguntei, em tom de brincadeira. Ao que ele me responde que foi "A paciência, a capacidade em 'adaptarem-se' um ao outro, e o compromisso que tiveram na base de tantos anos felizes ao seu lado..."

    Não foram raras as vezes em que o paciente me disse em consulta que fazia 'acordos' com a mulher, de forma a que os dois ficassem felizes. No caso deles, por exemplo, ele considerava-se uma pessoa muito sociável e divertida, enquanto ela era mais tímida e reservada. Por isso mesmo, ele combinava com a mulher irem os dois semana-sim/semana-não a uma excursão juntos, e em troca, todas as sextas-feiras eles faziam uma sessão de filmes 'caseira', onde a mulher escolhia o filme a ver. E isso aplicava-se a tudo, inclusivamente às lidas domésticas! Era impressionante a forma como este casal, com personalidades e objetivos claramente opostos, conseguia completar-se tão facilmente um ao outro: "Somos como o Ying e o Yang", dizia-me ele em tom de brincadeira.

    Claro que este senhor estava em consulta por um motivo, havia ainda certos aspetos da sua vida que ele precisava de aprender a lidar. Mas a sua motivação, força de vontade, e amor para continuar a lutar pela mulher da sua vida, eram as coisas mais certas que ele tinha na sua vida. Por isso 'senhor', aonde quer que se encontre neste momento, quero que saiba que me ajudou imenso a mostrar o que é a vida de casado, e os desafios da vida adulta. E desejo-lhe uma vida com tudo de bom, muita sorte, saúde... e acima de tudo, amor eterno.

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"A nossa casa de Figueiró dos Vinhos ardeu."

    Estou de rastos. Não estava em casa quando a minha mãe me ligou: "A nossa casa de Figueiró dos Vinhos ardeu." O meu coração quase parou. A primeira coisa que me veio à cabeça foi: "Estava alguém na nossa casa?"

    A minha família tinha comprado, há uns 15 anos, uma casa no concelho de Pedrogão Grande para nós irmos passar as férias. Foi esse o nosso objetivo em primeiro lugar, mas ultimamente, por falta de tempo e disponibilidade para lá irmos, tínhamos alugado a casa a algumas famílias, para passarem lá as férias. Por SORTE, a última família tinha saído de lá há semanas, pelo que a casa tem estado desde então sem ninguém.

    Na altura que a minha mãe me ligou, só havia notícia de um bombeiro desaparecido, e alguns feridos, mas ainda não tinham conhecimento de mortes. Atualmente, sabe-se que iniciou-se numa área florestal por volta das 15h, causou, até agora, 57 vítimas mortais, 59 feridos graves, e 2 bombeiros desaparecidos. Sabe-se também que a falta de bombeiros é notória, e que o secretário de Estado da Administração já ativou o plano de emergência florestal.

    Estou em choque. Não há palavras que cheguem para explicar o que sinto neste momento. Sinto que esta é daquelas coisas eu leio, vejo nas notícias, que deprimo ao saber do acontecimento, mas que nunca acontece a nós. Que está sempre muito longe de nos acontecer. E sinto que desta vez esteve tão, mas tão perto. Há DIAS que a minha família fala em ir passar fins-de-semana lá à nossa casa, e mas nunca tinha surgido oportunidade de lá ir até agora. E agora isto...

    O pior é a quantidade de pessoas que sofreram com este incêndio: que não sobreviveram, que ficaram feridos, ou que viram os seus entes queridos a sofrerem... Só consigo pensar na sorte minha e da minha família, da família que esteve de férias na nossa casa, e de todas as famílias que conseguiram escapar a este azar. E isto não me sai da cabeça...

 

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#4 Review: Wonder Woman

    Esta semana fui sortuda o suficiente para ter ido ver o filme da Wonder Woman, em 3D, nos cinemas. E sim, digo sortuda, porque gostei imenso do filme. Quem conhece minimamente os meus gostos sabe que não sou muito fã de filmes de ação (aliás, os meus gostos são bastante restritivos, se assim os quiserem chamar ), por isso não vinha com grande expetativa para a nova estreia da DC.

    Não sei se foi por isso que gostei tanto do filme, ou se foi pelo facto do filme ser genuinamente bom (confesso que ainda não tive oportunidade de ler muitas reviews, e opiniões). O que é certo é que a história entusiasmou-me bastante, o desenvolvimento dos personagens, e a mural por de trás do filme, que eu dou sempre imenso valor como sabem...

    O filme retrata a história de Diana (a protagonista), e as suas origens. É passado na altura da guerra, numa época mais antiga e conservadora, onde as mulheres eram conhecidas por serem pouco ativas na sociedade (para não dizer quase inexistentes). A Diana, por sua vez, surge como uma rapariga lutadora, feliz, teimosa, e (descobre depois) muito apaixonada. Com um enorme gosto por lutar por aquilo que acredita, e uma personalidade muito forte, ela não se deixa influenciar por qualquer um. É isso que faz dela única, uma guerreira dos pés à cabeça.

    Na minha opinião o filme é bom para todas as mulheres, e homens, que gostam de histórias sobre empowering da mulher, e sobre a luta por aquilo que é justo. E ao mesmo tempo para todos os apaixonados/as que acreditem em histórias de amor, com uma boa pitada de humor. Recomendo vivamente!

 

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O último gelado

    A minha mãe e eu somos loucas por gelados, desde sempre. Agora andamos na moda do Choc n' ball, da Cornetto, maneira que há dias compramos uma caixa cheia deles no pingo doce para os irmos petiscando. Só que quando chega ao final da caixa, acontece sempre a mesma coisa: Resta o gelado da vergonha.

    É chamado assim porque é o último gelado do pacote, que tanto eu, como a minha mãe, não queremos comer para deixar para a outra. E assim nenhuma de nós acaba por comê-lo! Isto acontece com nós duas a toda a hora, com qualquer comida.

    A última vez que aconteceu, o gelado ficou uns 6 meses no congelador, até, por fim, alguém lhe deitar a mão (normalmente sou sempre eu, que sou mais fraca a resistir)... 

    Mas contem-me da vossa justiça, na vossa casa também é assim? Ou quando é para comer, que seja à grande e à francesa? É que eu não sei isto se trata de um acto de caridade de uma para com a outra, ou simplesmente de estupidez...

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Mais vale um bom desengano, que andar toda a vida enganado

    A linha que separa a verdade da mentira é, muitas vezes, relativa. Relativa porque tanto pode ser muito bom dizer a verdade, como pode ser muito bom dizer a mentira, dependendo do caso. Eu acho piada quando oiço pessoas que dizem "Eu sou uma pessoa muito honesta!", e não sabem realmente o significado de 'honesta', confundindo-o muitas vezes com 'desagradável'. Quando se está sistematicamente a ofender alguém, seja a criticar a sua forma de ser, ou a desrespeitar os seus gostos, as suas crenças, os seus valores... Isso não se chama honestidade, nem frontalidade como alguns dizem, chama-se faltar ao respeito. E isso não fica bem a ninguém, e muitos menos devia ser motivo de orgulho.

    Só que, no outro extremo, também se pode dar o outro caso. É quando, há falta de verdadeira honestidade, vêm as mentiras. Mas não se tratam daquelas leves e bem-intencionadas, que se costumam dar pelo nome de white lies, mas sim aquelas que tem como principal motivo magoar os outros. Chamem-me incrédula, mas duvido que indivíduos que mentem constantemente àqueles os rodeiam, sejam pessoas bem-intencionadas.

    Portanto, qual é a resposta certa aqui?... Não é para isso que estamos todos aqui? Para saber qual é a resposta dos 5 mil? Pois bem meus caros, a meu ver (que vale o que vale), é muito difícil avaliar corretamente a "boa" e "má" verdade, a "necessária" e "desnecessária" mentira, no entanto eu continuo com a minha (a do ditado). Se não formos verdadeiros para com aqueles que amamos, será que os amamos de todo?

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