Os relacionamentos já são desafiantes por si só, agora imagine-se o quão complicados eles se podem tornar quando se juntam duas pessoas, a nível amoroso, de mundos completamente diferentes, e cada um com os seus valores, histórias de vida, experiências...
A psicologia fez, por isso, os principais motivos que levam os relacionamentos amorosos a chegar ao fim:
1.Demasiada expectativa ("Ele/ela é p-e-r-f-e-i-t-o!"). É natural idealizarmos a nossa cara metade, e a relação que queremos para nós; todos nós temos as nossas preferências e os nossos gostos. No entanto, é importante compreender que nenhuma relação amorosa vai nos realmente preencher na sua totalidade, porque o ser humano é um ser imperfeito, e é irrealista acharmos que uma pessoa só irá corresponder a todas as expetativas que idealizamos para nós.
Aprendermos a amar os defeitos do outro é a maior prova de amor que podemos dar a alguém!
2.Dificuldades de comunicação. Os especialistas de saúde mental consideram esta uma das maiores causas de fins de relacionamento. Comentários criticos, negativos ou sarcásticos em relação ao outro demonstram falta de respeito pelo parceiro, e pela relação. O orgulho, a dificuldade em dar feedback positivo, ou o não discutir as suas preocupações com o par irão dar azo a um problema de comunicação muito maior.
Ao invés disso, deve-se procurar resolver os mal-entendidos assim que eles dão os seus primeiros sinais, ser claro e focarmo-nos na resolução do problema que nos está a incomodar, ao invés de o utilizar como arma de ataque ao parceiro.
3.Falta de confiança. Devido a traumas do passado ou a algo recente que aconteceu na relação atual, a falta de confiança é destrutiva para qualquer tipo de relacionamento.
A forma de a contornar é tentar perceber qual é a sua origem (foi algo que realmente aconteceu agora, ou vem de uma experiência passada?), e como podemos combatê-la. Pode ser pertinente a intervenção psicológica para ultrapassar eventuais traumas no passado.
4.Ritmos diferentes. Quando cada um está a avançar ao seu ritmo no relacionamento, ou a nível profissional, intelectual, etc., pode-se criar um impasse na relação. Talvez uma pessoa prefira casar e constituir família cedo, e a outra imagine outros planos para o seu futuro...
Por isso mesmo é fundamental ter uma conversa séria no ínicio de qualquer relacionamento amoroso: "O que pretendes para o teu futuro? Quais são os teus planos? Onde imaginas esta relação daqui a 5, 10 anos?" Para perceber até que ponto estão os dois na mesma página.
5.Falta de Compatibilidade. A compatibilidade pode existir a nível: físico (na atração com o outro), emocional (que é o sentir o tal click!, sentirmo-nos bem e seguros na presença do parceiro), intelectual (ele/ela estimula-te intelectualmente?) e espiritual (partilham os mesmos valores?). Para uma relação ser bem sucedida, todos os níveis de compatibilidade têm de estar completos.
Assim, para evitar mal-entendidos futuros deve-se identificar, no começo da relação, se todos estes níveis encontram-se preenchidos.
6.Cair na rotina. Enquanto que no início de uma relação tudo é novo e perfeito, com a continuação do tempo, o casal junta-se e pode acabar por cair na rotina. Os trabalhos stressantes, as dificuldades para pagar as contas da casa, e a preocupação excessiva com os filhos podem levar a melhor de si, e fazer com que acabe o 'clima romântico' que outrora reinara no casal.
A solução? Estar numa relação duradoura não é fácil, e necessita de um esforço contínuo para resultar. Um esforço que tem de vir das duas partes. Alterar os hábitos do casal, fazer coisas novas e aventurar-se por novas experiências é o truque para o relacionamento não cair na rotina (Ah, e arranjar sempre tempo para namorar!!)
7.Dependência emocional. "Sem ele não sou feliz", "Não me sinto completo sozinho..." Este tipo de pensamentos é frequente em indivíduos que não conseguem encontrar a felicidades neles próprios, e por isso andam constantemente à procura de alguém para os fazer sentir preenchidos.
Na verdade, isto pode significar uma dependência emocional muito grande, e caso seja o caso, poderá ser necessário um acompanhamento psicológico para trabalhar com a pessoa a sua independência, e estar confortável com ela.
Espero que tenham gostado deste Domingo de Consultório! Que temas gostariam que falasse para a próxima semana?