Análise Psicológica: "A Rede"
Deu ontem a última parte da reportagem "A Rede" no Jornal da SIC, e para quem acompanhou desse lado, gostava de saber se também ficaram com as mesmas questões 'penduradas', que eu fiquei.
Pelo que eu percebi, uma mulher dos seus 40 anos fez-se passar por mais do que uma pessoa (perdi a conta ao número de perfis falsos que ela criou) das quais roubou as suas fotos; criou uma história à volta desses personagens - que incluía o aparecimento de cancros, mortes, acidentes de viação, etc., e envolveu uma série de pessoas na 'vida' destes personagens durante 2 anos... Isto é aquilo que se sabe, porque uma grande parte de mim acredita que ela criou (e ainda mantém) muitos mais perfis falsos que ainda não foram descobertos, e que estão - ainda - a prejudicar a vida de muitas pessoas.
E as minhas questões, que ficaram por esclarecer, são: Quais foram os motivos reais que levaram esta fulana a infernizar a vida destas pessoas (que choravam e sofriam com estas manipulações emocionais constantes)? O que lhe vai acontecer no futuro? Fica livre para "magicar" as mais sofisticadas novelas da vida real? Continua a exercer a sua atividade profissional de professora? E de mãe? Será um pedido de desculpas e meia dúzia de tostões suficientes para pagar todo o desgaste emocional que provocou, em tanta gente?
Eu posso não ter as respostas, mas tenho algumas sugestões. A minha hipótese é que esta mulher apresenta traços de psicopatia - também chamada por Perturbação Antissocial da Personalidade. Indivíduos com esta patologia apresentam, segundo os critérios do DSM-5, um padrão global de desrespeito e violação dos direitos dos outros, por incapacidade de se conformar com as normas sociais. São conhecidos por serem mentirosos compulsivos, e por usarem nomes falsos e enganar os outros, a fim de obter lucro ou prazer. Têm ações irresponsáveis, desrespeito por si e pelos outros e uma total ausência de remorsos (indiferença por terem magoado ou maltratado alguém).
Por isso mesmo, achava fundamental que esta mulher fosse avaliada por um técnico de psicologia/psiquiatria, e receber o devido tratamento (seja ele medicamentoso, e/ou de internamento psiquiátrico). A meu ver, não deveria dar mais aulas até obter a devida aprovação pelos técnicos; e os filhos deveriam ser alvo de visitas de um assistente social, até ser comprovado que a mãe não representava um perigo para eles.
Isto porque, para quem não sabe, a psicopatia é dos distúrbios mentais mais graves do espectro das doenças mentais, e pode também apresentar sinais de agressividade, violência, e comportamentos sexuais exacerbados, o que - como é óbvio - coloca em risco a relação destes indivíduos com os outros...
Algum de vocês viu a reportagem? Qual é a vossa opinião?