Quando o amor acaba..?
Recentemente, um casal que eu conhecia e que considerava como um dos mais perfeitos, um daqueles que se apostava 1 milhão de euros como iam ficar para sempre juntos, separou-se. Ou melhor, divorciou-se (o que para mim, chega até a ter contornos mais graves). E eu como ser pensante que sou de vez em quando, pus-me a refletir demasiado sobre imensa coisa, nomeadamente no amor, no casamento, e por aí fora.
Como romântica incurável que sempre acusei ser, sempre fui daquelas gajinhas que acreditava no casamento. Acreditava que era uma forma de expressar o amor que se tem por alguém da forma mais séria possível. Era um acto de coragem ao mesmo tempo que amoroso. Mas isto pôs-me a pensar realmente como é que na prática as coisas funcionam, e que de facto nem sempre tudo pode ser um mar de rosas.
Apesar de já saber disso, sempre pensei que o casamento faria tudo valer a pena. Porque lá está, é um compromisso que se têm para a vida. Mas por outro lado, devido também a isso, pode ser muitas vezes encarado como um 'contrato' no qual se têm deveres e obrigações que têm de ser severamente cumpridos, se não não estamos a desempenhar a nossa função corretamente.
E se por um lado quero sublinhar que, atenção, isto não quer dizer que eu de um momento para o outro tenha deixado de acreditar no amor e/ou no casamento (porque tenho também excelentes provas vivas disso na minha família), por outro apercebi-me ainda mais que o casamento funciona sim, mas que não é para toda (ou para tanta) gente como eu pensava. É para aqueles que puro e simplesmente acreditam nele.
E para isso é preciso haver algo mais que amor por alguém, é preciso também um grande empenho e esforço de ambos as partes. Porque, ao contrário das uniões de facto, no qual um casal que se separe tem mais probabilidade de se juntar de novo, nos casamentos o marido e a mulher raramente fazem as pazes e fica tudo bem. Passam entretanto por um processo de divórcio. Não é como se pudessem casar de novo, outra vez. E isso deixa-me triste. Esse pensamento de que depois do divórcio raramente à volta à dar, entristece-me. E faz-me acreditar que casar, para mim é uma ideia e experiência utópica, que eu adorava ter um dia, mas só depois de ter a certeza absoluta que estou feliz e em plena concordância em relação a isso, com a pessoa que escolher ficar ao meu lado.