Vou ser sincera convosco. A razão porque não tenho vindo ao blog não se prende unicamente pela minha falta de tempo (devido ao estágio), mas principalmente pela minha falta de disponibilidade emocional.
Psicologicamente sinto-me esgotada, é como se o meu cérebro tivesse andado metido naquelas lutas de boxe ilegais, e tivesse apanhado um excerto de porrada...
Como vos falei, comecei há pouco tempo a trabalhar na minha área, e apesar de estar muito feliz pela oportunidade que tive, estava também muito infeliz com aquilo que estava a fazer. Todos os dias eram-me impostas não só tarefas que não eram de todo da minha área, que exigiam um stress e desgaste muito grande, como o ambiente laboral era péssimo. Portanto, para além de fazer trabalhos de borla e horas extraordinárias, os donos desta empresa estavam constantemente a pôr em causa o meu trabalho enquanto psicóloga, criticarem-me em todas as oportunidades que tinham, e desvalorizarem tudo aquilo que eu fazia (que era demasiado) por aquela empresa.
Resultado? Aguentei vários meses, tomando calmantes e passando noites sem dormir. Pensava "É tão difícil arranjar trabalho na minha área, tu aguentas mais um pouco, tu fazes os esforços pelos pacientes que tens..." Mas atingi o meu limite.
Soube disso quando um paciente, em consulta, me falava dos stresses do seu trabalho e das pressões que lhe eram impostas, e eu tive que fazer um esforço enorme para não desatar a chorar. Eu não podia estar a dar conselhos a uma pessoa ansiosa, se eu vivia constantemente com crises de ansiedade. E não consigo ajudar uma pessoa com depressão, se todas as noites só me apetecia chorar...
Cheguei ao meu limite. Se eu não estou bem comigo mesma, não estou bem para ajudar ninguém. E, precisamente por isso, despedi-me do meu primeiro emprego. E foi a melhor decisão que tomei. Se me sinto 100% curada? Claro que não, ainda é tudo muito recente. Mas hoje dei o primeiro passo para começar a melhorar, e a minha saúde mental agradece.