Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

umacartaforadobaralho

"o segredo é teres sempre uma carta na manga"

Não ter medo de mudar :)

 

    Pois é verdade, eu tenho andado (muito) desaparecida por estas bandas, e vou-vos explicar o porquê.

 

    Para quem não sabe, eu em meados de Junho despedi-me de um emprego muito tóxico - que me estava a prejudicar tanto a nível pessoal (a minha auto-estima estava arrasada) como profissional (pois não sentia que estava a exercer um bom trabalho enquanto psicóloga, por estar tão mal).

    Nessa altura sentia-se super insegura, e assustada, com o que o futuro me reservava. "E agora o que é que me vai acontecer daqui para a frente? A psicologia não é nada valorizada em Portugal, eu não vou encontrar um lugar para mim tão cedo." 

    Ora, deixem-me vos dizer uma coisa: estes pensamentos não ficaram muito tempo a ruminar na minha cabeça... Passado uns dias fui chamada para uma entrevista numa empresa! Algo que me deixou em êxtase, mas sempre de pé atrás; só pensava "Calma, não lances foguetes antes da festa, isto não significa nada..." ).

    No entanto, dias mais tarde, ligaram-me a dizer que tinha sido aceite! A minha procura por um novo emprego demorou muito menos tempo do que eu imaginava! Menos de 2 semanas, mais concretamente.

    E com isto quero-vos dizer o seguinte:

  • Não, não é NADA fácil encontrar emprego na minha área (Psicologia), tal como em muitas outras, infelizmente;
  • E sim, tive imensa sorte, mas também sinto que foi um conjunto de outros factores. Factores como: persistência (candidatava-me a ofertas todos os dias, enviava currículos espontâneos, alarguei a minha rede de contactos na minha área, etc.), a minha experiência na área, notas de faculdade, etc.

 

    Digo-vos isto para ficarem com esta mensagem para vocês: Não desistam de lutar por vocês, e pela vossa felicidade. 

    Sim, há muitos aspectos da nossa vida que podem estar sujeitos à 'sorte' ou ao 'destino' (do género: estar no sítio certo, à hora certa), mas também há muita coisa que depende de nós! Se nós não tivermos a iniciativa de mudar, se nós não tomarmos ações nesse sentido, não nos surgem este tipo de oportunidades.

    Eu agora estou a trabalhar num sítio onde me sinto muito mais feliz e realizada (para não falar que tenho um salário, e não recebo por recibos verdes, como no estágio anterior). E, se eu nunca tivesse dado este passo para mudar, eu nunca teria tido oportunidades como esta.

    Mesmo quando tudo parecer perdido (como foi o meu caso, quando senti que estava a 'desperdiçar' a minha primeira oportunidade de emprego que me tinha aparecido), há sempre aquela luzinha ao fundo do túnel. Por isso, se há algo na vossa vida que vos deixa infeliz, não percam o vosso tempo precioso nisso. Lá diz o ditado, e com razão:  "Quando se fecha uma porta, abre-se uma janela." 

 

Sigam-me no Instagram @umacartaforadobaralho e no Twitter @umacartafora.

A realidade do meu estágio

estagio.png

 

  Ontem li no Reddit uma notícia com o seguinte título"Descobri que o Aldi na Alemanha tem estágios pagos de 3 anos para finalistas do secundário", e imediatamente comecei a pensar no estágio que eu estou a fazer neste momento, e nas suas condições.

    No meu caso, e visto estar na área da Psicologia Clínica tive que fazer: Licenciatura (durante 3 anos), Mestrado (durante 2 anos), um estágio curricular de três meses, e agora tenho por favor o estágio profissional (de 1 ano), e o curso de formação da Ordem de 90h. Só quando toda esta panóplia de etapas estiverem completas, é que posso oficialmente assumir-me como Psicóloga Clínica.

    Tirando a perda de tempo claramente desnecessária que é preciso para a minha profissão, ela tem também outro grande desafio pela frente, tendo ele como nome: Ordem dos Psicólogos. Uma Ordem que em vez de nos apoiar e ajudar durante o nosso percurso profissional, apenas nos atrapalha e muitas vezes prejudica a nossa entrada no mercado de trabalho!

    Vou-vos falar do meu caso - mas como eu há tantos iguais...

    Eu estou a estagiar numa empresa onde recebo uma ninharia, pago à empresa (pelo espaço que me prestaram para dar as consultas), pago à minha orientadora (pela supervisão, e não é pouco), pago à Ordem dos Psicólogos (pela incrição + registo + seguro + mensalidades), e dou ainda ao Estado uma parte das minhas consultas, visto estar a receber por recibos verdes.

    Por isso agora conseguem imaginar um pouco a minha revolta quando leio notícias como as de cima, em que sinto que realmente o meu país só pode me querer ver daqui para fora. Como é que é possível que estejamos a viver nestas condições? Como é que isto é aceitável acontecer, numa sociedade como esta? E mais importante, como é que é possível mantermos os mais jovens motivados para a escola, para o seu futuro, quando tudo há sua volta está a dizer-lhes para saírem do seu país...?

Sigam-me no Instagram @umacartaforadobaralho e no Twitter @umacartafora.