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umacartaforadobaralho

"o segredo é teres sempre uma carta na manga"

O dia-a-dia de quem está a fazer uma tese

    Para alguém que já se perguntou como era...

2ª Feira: Encontro com a orientadora na faculdade. Esclarecimento de dúvidas, correção do trabalho feito, mais trabalho, mais prazos para entregar trabalhos.

3ª Feira: Casa. Trabalhar nas correções da orientadora. Pesquisa. Leitura de artigos. Leitura de entrevistas. Escrita da tese. Análise temática dos dados. Análise de conteúdo no programa MAXQDA. Mais trabalho.

4ª - 6ª: Casa. Casa. Casa. Repetir o programa de terça-feira. Entregar os trabalhos nos prazos definidos.

Fim-de-semana: Sair de casa, e ver a luz do sol para não dar em doida.  Repetir tudo para a próxima semana.

    De dois em dois meses, tenho também que fazer uma apresentação oral acerca da tese, e entregar relatórios atuais, sobre a minha investigação. Se tudo correr bem, a discussão será feita em Junho/Julho do próximo ano.

    Eu sei que parece que tenho imenso tempo, e tenho, mas tenho também imenso trabalho pela frente. Vou analisar mais de 100 entrevistas, criar um sistema de categorias, codificá-las, e discutir os resultados. Ao mesmo tempo a minha orientadora quer que faça comunicações orais em congressos, e que publique artigos científicos. Uff... Vai ser bonito!

    Se me perguntarem o que é mais importante para mim, durante esta fase da minha vida em que tudo gira à volta da tese, eu digo, sem sombra de  dúvida, ter o apoio daqueles que me rodeiam. No sentido de terem paciência para aguentar as minhas ausências, e compreensão. E nem sempre é fácil! Porque como fico muitas vezes em casa, penso que dou a impressão que não estou assim tão ocupada; quando na verdade, especialmente quando há prazos a cumprir, é como se tivesse a trabalhar fora de casa!

    No entanto, um pequeno desabafo: quando chegar a vossa altura da tese, vão ter imeeensas saudades das aulas, e de toda essa rotina. Agora é difícil compreenderem, mas digo-vos que considero realizar uma tese um trabalho não só muito puxado, como acima de tudo, muito solitário. O vosso orientador vai ser o vosso melhor amigo, porque é a única pessoa que vos pode ajudar nesta altura. Por isso, tentem despachar a tese o mais rápido possível, para ficarem livres para as futuras etapas da vossa vida!

 

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Bem-vindos caloiros!

 

    Hoje, por todo o lado se fala da entrada na universidade: na pública, privada, as médias, a atribuição das bolsas... E eu lembro-me como se fosse ontem do stress que vivi, quando foi a minha altura, há 5 ANOS atrás (só agora tomei consciência do quão velha estou... ).

    Lembro-me de estar super entusiasmada com o percurso que já tinha percorrido até então, e do que ia ainda percorrer; nervosa por pensar nos obstáculos que iria ter de enfrentar no futuro, e preocupada por ter de me habituar a novas rotinas, novos horários, novos sítios.

    E no fim correu tudo tão bem! Com certeza com os seus altos e baixos, mas definitivamente com muito mais momentos altos. Por isso, se eu pudesse voltar atrás ao meu eu-com-18-aninhos prestes a entrar na faculdade, eu diria-lhe algo deste género:

  • Os professores do secundário fazem um filme muito maior do que é a universidade, do que ela realmente é. Por isso, não te preocupes em demasia;
  • Vais ter, finalmente, cadeiras com as quais te identificas (espero eu!), e que te dizem muito mais do que as que tiveste no secundário;
  • Há cadeira que podem ser mais difíceis do que outras, tal como aconteceu no secundário. É só preciso um bocadinho mais de estudo, e nada de faltar às aulas;
  • Ao mesmo tempo, vais ganhar muita responsabilidade e independência (o que é sempre óptimo);
  • Esquece a preocupação/medo de não te identificares com a tua turma, porque a faculdade está literalmente CHEIA de gente, e ninguém quer saber a qual 'grupo' pertences. Por isso não é um big deal se não levares dali amigos para a vida;
  • Por último, diverte-te. Estes anos vão passar a correr independentemente de quereres tirar apenas licenciatura, ou também mestrado/ doutoramento (eu que o diga)!! Por isso, aproveita bem as aulas, não stresses que não há razão para isso, e distrai-te também quando precisares 
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Porque é tão difícil entrar na Faculdade (Pública)?

     Sempre fui considerada uma excelente aluna, tinha boas notas, era bem comportada, enfim.. Infelizmente no secundário acabei por frequentar uma das escolas + exigentes do país (que me trouxe mais desvantagens que vantagens), pois acabei com uma média que nem chegava a 13. Ora esta média, para alguém que queria seguir Psicologia, não dava nem para 'mandar cantar um cego', por isso tive que optar pela faculdade privada para fazer a licenciatura. 'Tou agora no 3º ano, e com o mestrado prestes a bater a porta, o que mais queria (e sempre contei) foi tirá-lo numa pública: não só para pagar MUITO menos de propinas (quase metade do que se paga numa privada), mas para aumentar a minha taxa de empregabilidade. Pois aí é que está o problema! Como alguém que mora na Margem Sul, sempre pensei que a proximidade a Lisboa me iria trazer muitas vantagens, especialmente na hora de encontrar uma boa faculdade! O pior é que Universidades Públicas com Mestrado a Psicologia Clínica só há uma, a de Lisboa, e segundo o que consta, o ano passado nem chegou a abrir vagas para alunos externos à faculdade...

    Agora a pergunta fica: Como é que é suposto uma pessoa tirar um Curso Superior em Portugal?

Será que ao pagarmos resmas de dinheiro às privadas estão-nos estas a garantir um melhor posto de trabalho para o futuro? (Será que realmente estamos a apostar num bom investimento?) Como é que se entra, de facto, numa pública? É que pelas notas também não é, porque sei de n estudantes com médias de 18 que não entram... por isso qual é o truque? Será que tenho de ir para cascos de rolha para conseguir entrar no que quero?...

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