Tabu?!
Ontem vi esta notícia acerca de uma menina, de 9 anos, que era constantemente abusada pelo avô de 70 e tal. A pobre miúda só avisou a professora passado meses do episódio se repetir, tudo porque tinha vergonha de falar (por isso não contou a nenhum familiar, provavelmente). Os abusos eram feitos quando TODA a família estava presente em casa, o avô simplesmente chamava a miúda para um local mais à parte, ninguém dava conta... O que achei mais interessante foi que o psicólogo que acompanhou este caso afirmou que "se a sexualidade não fosse um assunto tabu, esta menina teria muito provalemente se queixado mais cedo, e logo sofrido menos abusos". E é tão verdade!!
Entristece-me tanto ver crianças, e adultos, a sofrerem este tipo de abusos, violências físicas, violações... repetidamente, com um grave receio de contar a alguém, com medo de serem julgados, de ficarem mal vistos, da reação dos outros. É horrível! É gravíssimo quando vejo na televisão que desde 1980 e tal estão a "tentar" implementar uma lei que promova a Educação Sexual nas escolas como disciplina fundamental... E o mais grave: ainda não o conseguiram! E quando há programas que vão às escolas que calham falar no assunto da sexualidade, ainda são muitas vezes mal vistos pelos próprios pais e alunos! O pior é quando os próprios pais não desenvolvem este tipo de conversas com os filhos, zangam-se quando há programas que tentam fazê-lo, e depois ainda esperam que os filhos saibam como as coisas funcionam.
A sexualidade existe, é uma realidade, e ela não vai desaparecer se a ignorarmos! Pelo contrário, quando não há conhecimento sobre o tema, ela só vai trazer ainda mais problemas! (gravidez precoce, doenças sexualmente transmissíveis, etc..) Falem sobre ela, discutam-na, ensinem-na aos mais novos! Pois ninguém nasce ensinado, e se não o querem fazer, então promovam alguém que o faça, é necessário. Como lia num artigo há dias "Se não são os pais a falar sobre o tema aos filhos, são os colegas, que na maior parte das vezes ainda estão pior informados, que lhes vão passando informações errôneas uns pelos outros."
Eu ainda não tenho filhos, é verdade, mas tenho uma irmã adolescente, que me faz perguntas como 'o que é isto?', 'o que é aquilo?', 'como funciona?', 'p/ que serve?', e eu tento sempre responder ao máximo de questões possíveis de forma fácil e esclarecedora para ela.